Antes de chegar até muita gente como forma de sustentar o hábito nocivo, que é o tabagismo, o tabaco é uma planta da família nicotiana, que se popularizou no mundo todo devido à sua finalidade recreativa.
Na maior parte dos registros da história, e em grandes e marcantes acontecimentos, o cigarro estava presente, fosse como uma atividade normal e aceita (e até incentivada!), ou como motivo de preocupação e saúde pública internacional.
Acima de seus riscos e perigos, o tabaco é uma produção de peso: a Afubra destacou que o Brasil fechou uma safra de 605.703 toneladas no último ano dessa planta, e os variados usos dela contribuem para essa demanda, uma vez que ela está presente em charutos, cachimbos e, principalmente, no cigarro.
O tabaco é uma das substâncias psicoativas mais consumidas globalmente, mas seu uso está associado a sérios riscos para a saúde e desafios sociais — e essa talvez seja a pauta mais importante dentro desse assunto.
Investir no combate ao fumo e ajudar pessoas a se libertarem desse vício implica em, principalmente, compreender melhor a substância, entendendo o porquê ela vicia tanto e quais associações e estímulos incentivam esse hábito.
É para dar luz a este assunto que preparamos um guia completo sobre o tema, com tudo o que você precisa saber sobre o tabaco: desde a planta até o cigarro.
Acompanhe conosco a história dele através do tempo, principais considerações científicas e seus efeitos na saúde humana, além de estratégias para abandonar esse hábito tão prejudicial.
Boa leitura!
Afinal, o que é tabaco?
O tabaco é o produto processado a partir das folhas da planta nicotiana, que passam por um processo industrial (quando com a finalidade de produção de fumo) para alcançar as características necessárias para ser comercializado.
É dessa planta que é extraída a famosa substância nicotina, que é o princípio ativo e o que causa a dependência dos fumantes.
As formas mais comuns de uso da planta envolvem o fumo e a inalação, que podem vir através do cigarro, modalidade mais comum, mas também em outros processos, como charuto, cachimbo, rapé, e até mascar.
Composição do tabaco
O tabaco contém várias substâncias químicas, e a maioria delas são extremamente tóxicas e prejudiciais à saúde humana.
É devido ao conhecimento desses riscos que cada vez mais os governos de muitos países investem em campanhas contra o cigarro, incentivando a parcela da população composta de fumantes a largar esse hábito.
E esse não é um número pequeno: segundo a OMS, autoridade máxima em saúde global, o mundo todo tem cerca de 1,3 bilhão de fumantes, como destacou essa matéria do G1.
Conheça abaixo alguns dos componentes básicos do tabaco, substâncias ingeridas pelos fumantes:
Nicotina | Principal substância química presente no tabaco e responsável pela dependência química. Ela estimula o sistema nervoso central e causa a liberação da dopamina, gerando prazer. |
Monóxido de Carbono | Esse é um gás tóxico que interfere na capacidade do sangue de transportar oxigênio para os demais tecidos do corpo. É encontrado na fumaça do cigarro. |
Alcatrão | Uma substância pegajosa que se forma quando o tabaco é queimado, o alcatrão tem uma variedade de tóxicos que estão associados a doenças pulmonares, entre elas o câncer. |
História do tabaco
Antes de continuarmos a explorar mais sobre a planta e os seus riscos à saúde, é importante entender como o tabagismo se tornou uma epidemia que a OMS e demais autoridades de saúde dos países têm interesse em combater.
Os primeiros registros do tabaco se dão na região dos Andes, espalhando-se por toda a América quando os povos ameríndios começaram a migrar pelo continente; aqui no Brasil, os indígenas foram os primeiros a utilizar e manipular a planta.
A presença dessa planta aqui servia para a realização de rituais e também para fins medicinais, mas a principal aplicação era o fumo.
Ainda assim, os nativos comiam, bebiam, mascavam e também aspiravam o tabaco em suas diversas formas.
Foi a chegada de Cristóvão Colombo ao Brasil que apresentou a planta aos europeus, exportando para a Europa, por volta dos anos 1530, o tabaco à família real portuguesa.
Quando a planta chegou à França, o embaixador francês da época, Jean Nicot, enviou folhas dela para a rainha Catherina como finalidade medicinal, e logo o hábito de fumar se espalhou entre os nobres.
Esse efeito causado pelo fumo deu início a uma demanda de produção e exportação do item, que foi se consolidando na história mundial, sendo protagonista em grandes acontecimentos.
A 2ª Guerra Mundial é um bom exemplo do tamanho desse “fenômeno”: o consumo de cigarros na época disparou, uma vez que os soldados no front recebiam cigarros como estímulo no período do conflito — e as propagandas da época mostravam o cigarro como um dos fatores que marcavam a virilidade e o sucesso social.
Inclusive, a influência da mídia teve grande influência na imagem do tabagismo, principalmente nos anos 20, onde muitas propagandas mostravam às mulheres como o cigarro ajudava a emagrecer e que o hábito estava vinculado à beleza.
No entanto, por volta dos anos 60, o marketing em torno do cigarro começou a se dissipar, com a ciência e a medicina conquistando mais espaço para apresentar os malefícios desse hábito.
Atualmente, a maioria dos países investe em algum tipo de política que luta contra o tabagismo; o Brasil, inclusive, é referência global no assunto.
Segundo dados da OMS, divulgados pela Agência Brasil, medidas contra o tabagismo protegem cerca de 71% da população mundial.
Por que o tabaco faz mal à saúde?
É preciso entender, principalmente, porque as propagandas que incentivavam tanto o tabagismo algumas décadas atrás devem ser fortemente condenadas hoje em dia.
Quando olhamos em retrospectiva, é impressionante pensar no quanto o fumo era defendido e até glamourizado, considerando os preocupantes males que o mesmo causa, contribuindo com doenças difíceis de tratar.
Principalmente, o tabaco faz mal à saúde de várias maneiras devido à presença de substâncias químicas tóxicas e carcinogênicas em seus produtos.
O que o tabaco faz com o corpo?
Logo após a primeira tragada, a nicotina já é absorvida pelo corpo por meio dos pulmões, e chega ao cérebro humano em apenas 9 segundos.
Esse efeito rápido causa leve estimulação do cérebro e pode impactar em algumas outras questões, como a perda do apetite.
A curto prazo, o tabaco, quando fumado ou em uma de suas outras variações de consumo, produz um aumento considerável na frequência dos batimentos cardíacos, levando à elevação da pressão arterial e da atividade motora.
Ele também causa irritação nos brônquios e provoca insônia.
A longo prazo, a pessoa refém do vício aumenta as chances de desenvolver doenças como derrame cerebral, infarto e bronquite crônica; o câncer é a doença de maior potencial causada pelo tabagismo.
Quais são os riscos do tabagismo?
Muitos estudos apontam que o tabaco está associado a uma série de riscos significativos para a saúde, afetando quase todos os órgãos do corpo.
Segundo divulgação do INCA, Instituto Nacional do Câncer, o tabagismo está relacionado a vários tipos de câncer e é o responsável por cerca de 90% das mortes de câncer de pulmão.
Confira abaixo o que uma pessoa que mantém esse hábito pode estar sujeita:
Doenças pulmonares
Doenças crônicas que afetam o pulmão podem ser desenvolvidas, e potencializadas, pelo tabaco; isso acontece porque os pulmões dos fumantes têm dificuldade em funcionar da maneira adequada.
São algumas dessas doenças:
- enfisema;
- bronquite crônica;
- doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Doenças cardiovasculares
O fumo também pode aumentar o risco de doenças que afetam o coração.
Podemos citar como essas complicações o acidente vascular cerebral (AVC), a aterosclerose e a hipertensão arterial.
Problemas respiratórios
Ainda, fumantes sofrem frequentemente com problemas respiratórios, devido ao comprometimento do sistema respiratório do corpo ocasionado pelo cigarro.
Logo, essas pessoas comumente lidam com:
- falta de ar;
- pneumonia;
- tosse crônica;
- infecções respiratórias frequentes.
Problemas orais
O cigarro também impacta a saúde bucal e dentária das pessoas que mantêm esse hábito nocivo.
Cáries, gengivite, câncer de boca e doença periodontal são doenças que têm seu desenvolvimento associado ao fumo.
Problemas de fertilidade e impacto na gravidez
O tabagismo pode afetar a fertilidade em homens e mulheres, reduzindo as chances de concepção.
Ainda, ser fumante na gravidez aumenta o risco de complicações nesse período, tanto para a mãe como para o bebê, como parto prematuro e SMSL: a Síndrome da Morte Súbita do Lactente é uma condição onde um bebê que nasce saudável, e aparenta estar, morre subitamente durante o sono.
Manter o tabagismo durante a gravidez, ou somente a exposição a ele, pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo de crianças, levando a dificuldades de aprendizado.
Impacto na qualidade de vida
Consumir tabaco a longo prazo traz uma série de impactos na qualidade de vida do fumante, privando-o de muitas coisas.
O tabagismo causa problemas estéticos, como o envelhecimento precoce, além de afetar a capacidade de realizar atividades físicas.
Dependência da nicotina
A nicotina que está presente no tabaco é altamente prejudicial e viciante, e pode ser o maior desafio enfrentado pelo fumante na hora de tentar largar o cigarro.
Ela causa dependência física e psicológica, e são fundamentais os tratamentos médicos para ajudar nesse processo.
Câncer
Você sabia que o tabagismo é a principal causa evitável de câncer?
O hábito de fumar está relacionado a vários tipos de câncer, que podem ser evitados quando a pessoa não potencializa o desenvolvimento do quadro com esse vício.
São esses tipos de câncer:
- boca;
- fígado;
- bexiga;
- pulmão;
- esôfago;
- garganta;
- leucemia;
- pâncreas;
- colo do útero.
E o fumo passivo?
O tabagismo passivo também é um dos malefícios que o cigarro pode causar — e, nesse caso, ainda é agravante, pois está comprometendo a saúde de uma pessoa que nem fuma diretamente.
Indivíduos que ficam expostas à fumaça do cigarro, principalmente em um estado constante, podem enfrentar riscos à saúde, que incluem:
- câncer de pulmão;
- doenças cardíacas;
- problemas respiratórios.
Quais são os benefícios de parar de consumir tabaco?
Não é à toa que o governo brasileiro, assim como o de vários países, investe em diversas campanhas e medidas para ajudar a população a largar o cigarro: abandonar o tabagismo é a melhor decisão que um fumante pode tomar para cuidar da sua saúde e de pessoas próximas.
No Dia Mundial sem Tabaco, o Ministério da Saúde divulgou queda no número de fumantes no Brasil, o que motiva políticas públicas a continuarem seus esforços para ajudar pessoas a reduzir o consumo da substância.
Também é um consenso que o controle do tabagismo é eficiente e funciona como uma obrigação moral dos governantes para cuidar da população, salvando vidas e preservando a saúde de seus habitantes.
Dentre os diversos benefícios de parar de fumar, podemos citar:
Melhoria da saúde pulmonar
Após parar de fumar, os pulmões do indivíduo logo começam a se recuperar.
Ainda, a tosse e a produção excessiva de muco diminuem e, com o passar do tempo, as funções respiratórias melhoram e trazem mais facilidade para respirar.
Redução do risco de câncer
Parar de fumar reduz significativamente o risco de desenvolver câncer de pulmão, que pode ser potencializado pelo cigarro.
Isso porque a diminuição da exposição a substâncias químicas cancerígenas presentes no tabaco ajuda neste quadro, bem como os demais outros tipos de câncer relacionados ao tabagismo.
Coração mais saudável e melhora da circulação sanguínea
O risco de doenças cardíacas diminui após parar de fumar: isso inclui a redução do risco de ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e doença cardíaca coronária.
Ainda, parar de fumar leva a uma melhoria na circulação sanguínea, o que resulta em mãos e pés mais quentes, bem como em um menor risco de problemas vasculares.
Melhora na qualidade de vida
A cessação do tabagismo melhora a qualidade de vida de várias maneiras, incluindo maior disposição, menos fadiga, melhor hálito e mais energia.
Isso quer dizer que parar de fumar pode levar a uma melhoria na qualidade do sono e reduzir problemas como a insônia.
Além disso, parar de fumar reduz o risco de doenças bucais, como gengivite, cáries, doença periodontal e câncer de boca.
Também, a pele de fumantes tende a envelhecer mais rapidamente, e parar de fumar ajuda a preservar a saúde e a aparência da mesma.
Benefícios financeiros
Parar de fumar economiza dinheiro significativo.
O custo dos cigarros ao longo do tempo pode ser substancial, e parar de fumar resulta em economias financeiras.
Impacto positivo na família e amigos
Parar de fumar beneficia não apenas a sua saúde, mas também a de seus familiares e amigos, reduzindo a exposição ao tabagismo passivo.
É importante reconhecer que os benefícios de parar de fumar aumentam com o tempo, e quanto mais cedo alguém parar, maior será a melhoria na saúde e na qualidade de vida.
Como parar de fumar?
Apesar de ser um grande desafio, parar de fumar não é impossível; essa é, inclusive, uma das melhores decisões a serem tomadas para cuidar da saúde e reduzir a exposição a todos os riscos que o tabagismo oferece.
São algumas boas estratégias para parar de fumar:
- manter um compromisso pessoal;
- definir uma data de parar e cumpri-la;
- contar com a ajuda de profissionais, amigos e familiares;
- consumir informações sobre o cigarro e sobre como parar;
- estabelecer um plano de ação em paralelo ao tratamento, evitando situações de gatilho;
- reforçar o autocontrole, manter-se ocupado e recompensar-se sempre que alcançar seus objetivos e tiver sucesso em metas.
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Perguntas frequentes sobre tabaco
Para esclarecer completamente este assunto, separamos aqui um FAQ com dúvidas sobre o tema; confira:
Quais são as doenças associadas ao consumo de tabaco?
Conforme citamos ao longo do artigo, são muitas as doenças relacionadas ao tabagismo.
Listamos algumas delas abaixo:
- doenças da pele;
- doenças gastrointestinais;
- doenças cardiovasculares;
- complicações na gravidez;
- doenças respiratórias agudas;
- doenças vasculares periféricas;
- câncer de pulmão e outros tipos de câncer;
- Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
Qual a diferença entre cigarro e tabaco?
Por serem termos bem parecidos e intrinsecamente ligados neste assunto, muita gente confunde cigarro e tabaco — e não, eles não são a mesma coisa!
O cigarro é a forma de consumir o tabaco, a planta, que fica picada e enrolada no papel de fumo.
Conclusão
Hoje, você viu que o tabaco é uma planta com uma longa história de uso e consumo.
No entanto, o tabagismo é associado a uma série de riscos para a saúde e é uma das principais causas de doenças graves em todo o mundo.
A conscientização sobre os perigos do tabagismo é fundamental, e muitos esforços têm sido feitos para regulamentar a indústria do cigarro e promover alternativas mais saudáveis.
Parar de fumar é a melhor decisão para a saúde, e existem muitos recursos disponíveis para ajudar aqueles que desejam abandonar esse hábito prejudicial.
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